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Mundo das Comunicações3ª Edição do Angola Innovation Summit aborda evolução da economia digital em Angola

3ª Edição do Angola Innovation Summit aborda evolução da economia digital em Angola

3ª edição do Angola Innovation Summit (AiS), no formato 100% digital, powered by DELL Technologies contou com 10 painéis, mais 25 sessões e 30 oradores que durante cinco dias partilharam e inspiraram sem fronteiras a partir de três palcos virtuais.

Angola Innovation Summit (AiS), uma rede global de conhecimento que promove a consciencialização sobre a tecnologia e a inovação como fator-chave para a competitividade das empresas, começou na última quarta-feira, 27 Julho, o maior evento de inovação e tecnologia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), em formato 100% digital.

O evento foi aberto pelo Consultor Estratégico e ex-Vice Primeiro-Ministro de Portugal, Paulo Portas, que analisou o novo paradigma económico sobre as tendências do mercado global provocado pela pandemia da Covid-19.

De acordo com Paulo Portas, a pandemia e a guerra são fenómenos muito diferentes, a principal fragilidade revelada tanto pela pandemia, como pela guerra na europa é o que o sistema em gestão de crises (em termos internacionais) é manifestamente insuficiente.

O consultor aponta ser fundamental a criação de uma zona económica em África e sublinha importante que os jovens enveredam para o mundo dos negócios.

Na sessão de abertura olhou-se para o panorama da Economia Digital em Angola, apresentada pelo CEO da Multipla, José Assis.

O mundo tem pelo menos 8 biliões de pessoas e 63% está conectado à internet. Neste momento a África contempla 1.4 mil milhões de habitantes e de acordo com o banco mundial é o continente com maior crescimento populacional em termos de percentagem. E isto faz com que todos sectores da economia mesmo a nível internacional olhem para África como um continente de futuro.

O mundo tem 250 milhões de utilizadores de internet que é crescente (todos os dias). Há dez anos este número era muito inferior, tanto em operadores fixo e móveis. Toda a tecnologia que se tem estado a implementar em África tem ajudado a que estes utilizadores possam estar conectados à internet.

“A internet tem vindo a crescer em Angola desde 2012 há uma velocidade geométrica”.

Atualmente, Angola tem o serviço de cloud a funcionar em pleno e há três tipos de infra-estrutura: internet, data center e cloud service. Estes serviços (disse) são fundamentais para a economia digital funcionar no País.

Angola tem vindo a marcar passos na área da digitalização. Dos 35 milhões de habitantes, 12 milhões estão conectados à internet, o que significa que em 2022 duplicou o número de utilizadores face a 2019.

Outro pilar importante são as infraestruturas e o serviço de data center. As empresas têm optado em fazer investimentos nestas áreas que são importantes para que o negócio digital possa estar em crescimento.

Em relação aos serviços de data center, em África existem 80 serviços, conhecidos em 15 países. Este número vai aumentar nos próximos três anos, estando numa fase de estudo em outras regiões do continente africano.

Angola tem sete data center para serviço público, todos em Luanda. Espera-se que o desenvolvimento do mercado e da economia possam trazer também para outras províncias.

Em relação aos serviços de cloud, neste momento Angola tem 3, nomeadamente, a cloud híbrida, que junta a pública com a privada; a cloud privada, que são empresas que muitas vezes utilizam os serviços internos para se conectarem e a cloud pública, aplicação informática utilizada por cada indivíduo (a título de exemplo o Gmail).

De todas estas cloud, em Angola temos a múltipla e a cloud da Angola Cable que fornecem ao mercado angolano as oportunidades das empresas poderem prestar serviços e dão possibilidade de todos os negócios serem localizados em Angola ao invés de estarem fora.

“Sem a cloud não há economia digital, os data center, as infraestruturas a internet e outros serviços aqui citados têm uma componente de economia digital. Temos várias empresas em vários sectores que atuam de maneira ativa que fornecem serviços e muita agente tem acesso e transaciona os seus produtos”.

Há uma população muito jovem e voltada para economia digital, que perspetiva o desenvolvimento da economia digital.

A nível mundial existem pelo menos 5.5 biliões USD movimentados em torno da economia digital, há necessidade de olhar para economia digital como futuro em si. A África não é exceção, o volume de venda é estimado em 43 mil milhões USD. Este volume é maior do que o de 2015.

Em termos de procura a nível de África, os produtos eletrónicos têm maior faixa de transação no mercado eletrónico e é através destes que se vai ceder a internet e posicionar a economia no continente.

Angola tem um desafio face à estrutura da economia. Segundo dados do FMI e do Banco Mundial, em 2018, 72,6% da população ativa trabalhava no mercado informal, a economia digital pode ser o conversor, a fim de formalizar todas as transações económicas importantes.

Segundo a managing director da Ucall, Vânia Delgado, em Angola, atualmente existem 12 milhões de utilizadores de internet, em termos de percentagem pode parecer baixa, mas são indicadores interessantes quando se fala de digitalização e do potencial da economia digital.

O evento que decorreu entre os dias 25 e 29 de julho serviu como um espaço de partilha de conhecimento especializado, de exposição, de visibilidade, de imersão digital e de networking.

De 27 a 29 de julho, os debates centralizaram-se em volta do novo paradigma económico, a utilização da tecnologia ao serviço do negócio, as tendências tecnológicas, a gestão de talentos na era digital, a transformação digital com impacto e os ecossistemas de empreendedorismo.

Foram ainda abordados temas como a promoção do desenvolvimento nos mercados emergentes utilizando a tecnologia e a inovação, a disrupção tecnológica na banca e a inclusão financeira e as transformações nos ecossistemas de pagamento.

A atividade contou com a participação de Paulo Portas, Consultor Estratégico e ex- Vice Primeiro-Ministro de Portugal; Joel Pita, Country Manager da VISA para Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Santa Helena; Alicia Asín, CEO da Libelium Balazs Barna, Head of US Engineering na Transferwise, e Juan Guerra, CEO da Revolut México; Carine Dikambi, Francophone Leader da Binance; José Assis, CEO da Multipla, entre outros.

Jornal de Angola

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