Sessão de Abertura do XXVIII Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2021
A sessão de abertura contou com a presença de Sua Excelência o Vice-Primeiro Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital, Olavo Correia; do Representante da UIT para a África Ocidental, Ali Drissa Badiel; do Presidente do Conselho de Administração da CVTelecom e também Presidente deste XXVIII Fórum AICEP, João Domingos Correia; e do Presidente da Direção da AICEP, João Caboz Santana.
Nesta cerimónia protocolar, o Presidente do Conselho de Administração da CVTelecom e também Presidente deste XXVIII Fórum AICEP, João Domingos Correia, saudou os participantes e convidados presentes que se deslocaram dos vários países e território de língua oficial portuguesa, dando-lhes as boas-vindas e enaltecido e sublinhado a importância e pertinência deste evento e da discussão do respetivo tema, pois nunca haverão organizações sem pessoas, não deixando de também convidar todos a visitar um pouco melhor a cidade da Praia, naquela bela ilha de Santiago, a primeira de todas as ilhas de Cabo Verde a ter sido descoberta e a ser povoada, há cinco séculos atrás.
Nesta cerimónia, também o Presidente da Direção da AICEP, João Caboz Santana, teve a oportunidade de referir que a transformação interna se tornou imperiosa para que as organizações se possam reinventar e se apresentar sob uma nova dinâmica, atraindo novos clientes e competências e conquistando os espaços de oportunidade que o digital traz consigo.
Mas uma questão que, muitas vezes, se nos coloca a todos é se neste contexto de mudança e nesta transformação para o digital não haverá lugar para nós, pessoas, se não haverá lugar para a Humanidade e se somos nós que estamos a conduzir toda esta mudança e transformação ou se, na verdade, estamos a ser conduzidos pela mesma.
No seu entender, “a resposta é inequívoca: o sucesso da Economia Digital depende das pessoas e tudo aquilo que não pode ser digitalizado ou automatizado será extremamente valioso. Criatividade, imaginação, intuição, emoção, ética são características humanas, entre outras, que não podem ser digitalizadas e automatizadas e serão ainda mais importantes e valiosas no futuro”.
Mais referiu que as pessoas são o coração da competitividade e do crescimento na era da tecnologia inteligente e começam hoje a olhar para o trabalho, para o emprego, para as profissões e, assim, também para as organizações, de uma forma diferente do passado. “As novas formas de organização do trabalho já não passam pelos horários rígidos. O salário, sendo relevante, já não é necessariamente o mais importante, sendo mais valorizados benefícios como a proteção na saúde, a flexibilidade na prestação do trabalho, no local e no seu modo”, disse.
Como também já não é tanto valorizado o tipo de vínculo laboral e o “emprego para a vida”, mas sim a “marca” a que as pessoas se associam ou a natureza do trabalho e dos projetos e de que forma isso pode enriquecer as pessoas como profissionais.
“Estamos a viver a Era Digital que é também a Era dos Nómadas Digitais e das novas formas de trabalho, tais como o “telecommuting”, o “remote work” e o “job sharing”, sublinhou. “E se ainda existissem algumas dúvidas sobre isso, a pandemia pela Covid-19 que temos vindo infelizmente a viver à escala global nos últimos cerca de 2 anos eliminou-as por completo”, concluiu.
Desta forma, sob pena das organizações serem ultrapassadas pelos acontecimentos, aceitar simplificar, digitalizar e proporcionar aos profissionais as ferramentas necessárias ao seu crescimento, dotando-os das adequadas competências internas é absolutamente crítico.
Igualmente, o Representante da União Internacional das Telecomunicações (UIT) para a África Ocidental, Ali Drissa Badiel, saudando os presentes, leu uma mensagem de Houlin Zhao, Secretário-Geral daquela Agência das Nações Unidas para as Telecomunicações, com sede em Genebra, na Suíça, a qual felicitava a AICEP por trazer a debate o tema das Pessoas na Economia Digital, que também tem sido o grande foco de trabalho por parte da própria UIT, através de vários dos seu programas especializados. Mais agradeceu a colaboração da AICEP nos trabalhos da UIT, em particular nos seus setores de Desenvolvimento e Standartização, e encorajou os membros da AICEP a continuar a participar nos vários eventos e fóruns de trabalho da UIT, nomeadamente nos que já estão planeados para 2022, terminando a felicitar a AICEP por, há 30 anos, manter unidos todos os operadores e órgãos reguladores de expressão portuguesa.
Por último, e formalmente a declarar aberto este XXVIII Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2021, o Vice-Primeiro Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital, Olavo Correia, referiu também que hoje, falar das pessoas e do futuro do trabalho, é falar de um mercado de trabalho em contexto de economia digital desenvolvido, razão pela qual o Governo do seu país escolheu o digital como um potenciador dos jovens caboverdianos na conquista do mercado internacional e, assim, um sector gerador de empregos de alta especialidade para estes.
“Estamos cientes que a pandemia da Covid-19 está a acelerar a economia digital e está a favorecer a inclusão laboral, designadamente para as pessoas com deficiência, mas há que acelerar a requalificação e a massificação das habilidades digitais para que o desenvolvimento do digital não seja fator de desigualdades e de exclusão laboral”, realçou.
Salientou ainda que já é evidente o efeito das novas tecnologias de automação e inteligência artificial sobre a produtividade e o emprego, tendo ainda sublinhado ser necessário ter jovens capazes e com conhecimento, que consigam competir à escala global. “A economia digital é o presente e o futuro, um acelerador, mas as pessoas contam e contarão sempre”, disse, apontando para aposta do seu Governo na qualificação dos jovens caboverdianos, orientando-os para o mercado de futuro para beneficiar das novas dinâmicas do mundo da informação e transformação digital.
“Por isso, a aposta essencial deve ser nas pessoas e em especial nos jovens para promover a criatividade e a inovação, valorizar as oportunidades económicas, gerar riqueza e emprego digno, reduzir as desigualdades e a pobreza, promover uma transição justa, criar resiliência face às mudanças climáticas, recuperar as nossas economias e acelerar a nossa caminhada para o desenvolvimento sustentável”, concluiu.
Nesta bonita cerimónia, todos desejaram aos participantes um ótimo e muito proveitoso trabalho e que do mesmo saísse mais um excelente contributo para a Sociedade das Comunicações e do Digital, uma missão em que a Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa se revê e em que se empenha permanentemente, fazendo da mesma, cada vez mais, agora e no futuro, a parceira natural das Comunicações do Mundo da Lusofonia.
Poderá visualizar o filme desta cerimónia através do seguinte link:
