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Instituições cabo-verdianas que estão no digital criam projeto para garantir a soberania digital em Cabo Verde

Um grupo de instituições cabo-verdianas que estão no digital, entre as quais o NOSI e as operadoras de telecomunicações, já tem criado um projeto para garantir a soberania digital em Cabo Verde e a segurança dos conteúdos digitais. Trata-se do Internet Exchange Point (IXP), que consiste na criação de um ponto de troca de tráfego (PTT) e que permite que o tráfego local de internet em Cabo Verde permaneça no país, reduzindo o consumo de dados e o tempo de espera para aceder aos conteúdos e aumentando a segurança.

Atualmente quando queremos pesquisar um conteúdo local temos de ir lá fora e voltar para Cabo Verde para aceder, no digital, a esses conteúdos. O IXP permite que esses conteúdos estejam residentes e não necessitem de acesso à internet lá fora. Esta é a garantia da soberania digital de um país”, explicou à Inforpress o engenheiro Hélio Varela, diretor técnico da Unitel T+, que detém a presidência rotativa do projeto.

Segundo adiantou, o IXP é um ponto fundamental para um país que quer posicionar-se no digital, uma vez que para além de permitir o acesso às redes e conteúdos nacionais e locais sem necessitar de ir lá fora, permite criar conteúdos em escala para vender outros países africanos, potenciando os cabos que estão a ser agregados através da Cabo Verde.

Hélio Varela adiantou ainda que esse projeto, que está alojado no parque tecnológico de Cabo Verde, vem dar corpo técnico à ambição de Cabo Verde de se posicionar como hub digital.  O projeto já está fechado tecnicamente e o próximo passo vai ser o posicionamento formal, conforme indicou Hélio Varela, que destaca o papel do NOSI e do parque tecnológico neste projeto. “O NOSI tem um data center de grande envergadura, onde todos os conteúdos podem ser agregados aqui e o parque tecnológico tem uma responsabilidade enorme de garantir que um ponto de atratividade para as grandes empresas poderem aqui colocar os conteúdos”, sustentou.  Nesta sexta-feira os principais stakeholders do projeto estiveram reunidos nas instalações do Data Center, na cidade da Praia, contando com a presença do representante da ISOC África, Ghislain Nkeramugaba, que se encontra no país para sensibilizar sobre a importância de cada um nesse ecossistema. O presidente do Núcleo Operacional da Sociedade Informação (NOSI), Carlos Pina, prevê que já no primeiro trimestre de 2023 os cabo-verdianos já vão poder sentir os efeitos do IXP, através da melhoria da conectividade e dos serviços da internet.  Carlos Pina explicou à Inforpress que para além de estar a garantir a segurança dos conteúdos que são produzidos a nível nacional, este projeto vai permitir a redução de consumo de dados de internet, uma vez que para pesquisar um conteúdo nacional não é preciso fazer o tráfego internacional e, consequentemente, ter efeitos no custo de internet a nível do país.

“Isto terá um impacto, sobretudo, nos cidadãos e nas empresas, porque vai funcionar como um hub que vai agregar os serviços das duas operadoras. Por exemplo, um assinante da Unitel T + se ligar para uma pessoa ou um cliente que tem serviço de Telecom muitas vezes a rota que faz para chegar a um cliente pode sair de Cabo Verde e voltar”, explicou. “Essa infraestrutura que vamos criar vai permitir que as rotas sejam mais curtas e o preço mais barato. Vamos reduzir custos para os cidadãos e para as empresas e reduzir a latência – tempo que se espera”, precisou.

BALAI

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