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Mundo das ComunicaçõesGuerra na Ucrânia vai afetar transição digital e verde da Europa. Mas os desafios não abalam objetivos a longo-prazo

Guerra na Ucrânia vai afetar transição digital e verde da Europa. Mas os desafios não abalam objetivos a longo-prazo

A Comissão Europeia partilhou o relatório de prospetiva estratégica de 2022, relacionado com a transição digital e verde. Afirma que com a adoção de políticas certas, os desafios podem servir de catalisador para atingir os objetivos a longo prazo.

A Comissão Europeia anunciou a adoção do seu relatório de prospetiva estratégica de 2022, em preparação da aceleração para a transição digital e verde. O relatório identifica 10 áreas-chave de ação com o objetivo de maximizar sinergias e consistência entre as ambições climáticas e digitais. Refere ao fazê-lo, a União Europeia sai reforçada na resiliência entre os sectores, ficando melhor preparada face aos novos desafios globais até 2050.

“Para alcançarmos a neutralidade climática em 2050, teremos que libertar o poder da digitalização. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade precisa estar no coração da transformação digital”, disse Maroš Šefčovič, Vice-Presidente da Comissão Europeia. Afirma ainda que a partir de 2040, a reciclagem poderá ser a principal fonte de metais e minerais, que são inevitáveis para novas tecnologias, “se a Europa corrigir o défice das matérias-primas”.

À luz da invasão da Ucrânia pela Rússia, a Europa diz que está a acelerar para se tornar um líder global nas áreas climáticas e digital. Mas com os olhos postos em desafios-chave, desde a energia e comida, à defesa e tecnologias de ponta. As tecnologias digitais estão a ajudar a União Europeia a atingir a neutralidade climática, a reduzir a poluição e a restaurar a biodiversidade, lê-se no relatório. No entanto, o aumento do consumo de energia, assim como o lixo eletrónico e uma maior pegada ambiental estão do outro lado da balança.

A energia, transporte, indústria, construção e agricultura são os cinco maiores emissores de gás de efeitos de estufa, mas são chave para garantir a transição digital e verde. Estima-se que em 2030 a maioria das reduções das emissões de carbono são provenientes das tecnologias disponíveis na atualidade. No entanto, para atingir a neutralidade climática de 2050 será necessário introduzir novas tecnologias, que atualmente estão em fase experimental, de demonstração ou em protótipo.

Como exemplos, no sector energético, os novos sensores, dados de satélite e o blockchain poderão reforçar a segurança energética, melhorando a previsão da produção e procura de energia. Nos transportes, uma nova geração de baterias ou tecnologias digitais, tais como IA e IoT vão permitir grandes mudanças na sustentabilidade nos diferentes meios de transportes, mesmo na aviação de curtas distâncias. Na indústria, os chamados “digital twins”, ou seja, a contraparte virtual de um objeto físico ou processo, baseado em dados em tempo real e “machine learning”, poderá ajudar a melhorar o design, produção e manutenção. Na construção, as informações da modelação de edifícios podem melhorar a eficiente energética e da água. Na agricultura, a computação quântica, juntamente com bioinformática pode ajudar a compreender os processos biológicos e químicos para reduzir o uso de pesticidas e fertilizantes.

A Comissão estima que sejam necessários quase 650 biliões de euros de investimentos anuais até 2030 para concretizar os planos, numa mobilização de dinheiro privado e público.

O relatório identifica as 10 áreas onde são necessárias respostas políticas para maximizar oportunidades e minimizar os riscos potenciais. Em primeiro lugar, o reforço da resiliência e uma autonomia estratégica aberta em sectores como o Observatório de Tecnologias Críticas da União Europeia ou a Política Comum de Agricultura para garantir a segurança da comida.

Garantir o acesso aos materiais críticos para evitar armadilhas de dependência. O reforço da coesão económica e social, reforçando a proteção social, em que as estratégias regionais e o investimento têm um papel importante. A adoção de sistemas de educação e treino para responder à rápida transformação tecnológica. O investimento em novas tecnologias e infraestruturas de I&D, assim como sinergias entre o capital humano e tecnologia, com projetos entre países, com recursos nacionais ou privados.

O desenvolvimento de “frameworks” de monitorização da digitalização, considerando a pegada de carbono, energia e ambiental. A garantia de um Mercado Único, conduzido por modelos de negócio sustentáveis. A adoção de princípios relacionados com a reciclagem, reparação e reutilização. E por fim, o relatório fala da promoção da partilha de uma robusta “framework” de cibersegurança para prevenir, resistir ou recuperar de disrupções.

 

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