O músico Dino d’Santiago foi destacado pela revista Forbes como figura Vozes da Lusofonia 2023 no domínio cultural pelo seu desempenho como activista por uma maior igualdade e diálogo cultural entre os povos da língua portuguesa.
Claudino de Jesus Pereira (Dino d’Santiago), segundo a revista Forbes, sobressaiu com os seus trabalhos discográficos, sendo o disco “Eva”, publicado em 2013, o que ditou uma viragem na carreira do artista que pulou da Quarteira para o Porto, do Porto para Lisboa e de Lisboa para o mundo.
“Entre 2013 e 2023 vivi um tempo de ininterrupta dedicação ao trabalho e os versos por mim compostos tornaram-se, nesta década, manifestos de amor, mas também de defesa da igualdade racial, da tolerância e da empatia”, disse o músico à revista Forbes.
Na entrevista à Forbes o artista realçou que “Eva”, que lhe transportou para o mundo como Dino d’Santiago, é o nome da sua primeira sobrinha num testemunho de amor a Cabo Verde, para os seus sobrinhos e os seus dois filhos.
Ainda a revista, em 2013, “Eva” foi premiada pelo júri dos Europe World Music Charts e, em 2014, venceu o Cabo Verde Music Awards em duas categorias: Melhor Álbum Acústico e Melhor Kola Sanjon com o tema “Ka Bu Txora”.
Em 2019, com Mundu Nôbu, a primeira edição dos Play distinguiu o artista nas categorias de Melhor Artista Solo, Melhor Álbum e Crítica. Nos Cabo Verde Music Awards, que conquistou a categoria de Melhor Ritmo Internacional, e conseguiu do GQ Portugal o Man of the Year na área da música.
O lançamento do EP Sotavento, ressalta a Forbes, levou Dino d’Santiago a colaborar, de modo muito próximo, na produção de um álbum de Madonna que contou com a participação inédita das Batukadeiras de Cabo Verde e traduziu num destaque na Rolling Stone e num tour à Europa e participação, em Portugal, em grandes festivais.
Em 2020, o artista editou “Kriola”, que recebeu elogios da crítica internacional e que, em Portugal, foi distinguido com três Prémios Play como Melhor Álbum, Melhor Canção e Melhor Artista Masculino.
Ainda sob efeito da pandemia, acrescenta a revista, Dino d’Santiago publicou “Badiu”, obra embalada pelo Batuku, uma vibrante colecção de histórias da nação crioula que teve o Atlântico como uma extensão do seu território e a música como o único refúgio para a alegria.
Durante a 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Dino d’Santiago foi reconhecido pela Most Influential People of African Descent como uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo em 2021, tendo sido no mesmo ano considerado pela PowerList100 (Bantumen) como uma das personalidades negras mais influentes da lusofonia.
Como agente multiplicador, o artista, com outros três produtores, fundou a Plataforma Lisboa Criola e, no biénio 2022 e 2023, dirigiu a curadoria dos Jardins de Verão na Fundação Calouste Gulbenkian, distinguido pela revista “Time Out”, em 2022, como o acontecimento do ano.
Em 2022, o artista recebeu os Globos de Ouro como Melhor Intérprete, a canção Voei de Mim ganhou o Prémio de Melhor Tema na XI edição dos Cabo Verde Music Awards e dois troféus nos Play com Badiu como Melhor Artista Masculino e Crítica.
Em 2023, foi escolhido pelo Expresso como uma das 50 figuras que podem vir a definir o futuro de Portugal, recebeu a Medalha de Mérito Cultural (2.º Grau) do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde e o primeiro afrodescendente a receber do Governo Português a Medalha de Mérito Cultural.
Expresso das Ilhas