Os Correios de Cabo Verde vão criar uma unidade de negócios dos transitários e trabalhar também com cargas não postais como bidões e caixas de maiores dimensões, anunciou esta segunda-feira, 10, o presidente do conselho de administração, Isidoro Gomes.
Aquele responsável falava na abertura da mesa-redonda subordinada ao tema «A logística em transição: Oportunidades, Desafios e Ameaças do setor em Cabo Verde e no mundo», evento realizado pelos Correios de Cabo Verde no quadro das celebrações do Dia Mundial dos Correios, que se assinalou domingo, 9 de Outubro.
Isidoro Gomes adiantou que a aposta em áreas adjacentes ao sector postal, visa, sobretudo, a garantia da sustentabilidade financeira, estando essa medida enquadrada dentro do Plano Estratégico para o horizonte 2024, que definiu quatros áreas estratégias, entre as quais o sector financeiro e a logística, onde entra os negócios dos transitários.
Concretamente para esse negócio, adiantou que um estudo de viabilidade económico e financeiro foi realizado em 2019 e que as projeções apontam para a necessidade de investimento de cerca 30 mil contos, verba necessária para colocar essa unidade de negócios a funcionar.
“Isto baseia-se essencialmente naquilo que são as experiências logísticas dos Correios, as infraestruturas existentes, instaladas e reconhecimento da marca dos Correios. Fazendo uma análise entre os investimentos e o volume dos negócios, nós vemos que entre as medidas estratégicas da empresa, que são quatro essencialmente, esta é aquela que contribuirá para o aumento significativo do rendimento global dos correios”, explicou.
Isidoro Gomes adianta que os Correios têm grandes instalações para esse negócio, nomeadamente um armazém de 200 metros quadrados, que fica próximo ao porto da Praia e outro em São Vicente.
A nível dos serviços a oferecer destacou três, nomeadamente os serviços transitários com um pacote integrado de serviço único, onde está incluída a questão da polícia fiscal, o verificador aduaneiro e o transitário despachante.
“Estaremos também a oferecer transporte inter-ilhas. Isto é muito útil não só para transitários, mas para outros operadores que queiram colaborar com os correios, porque esse serviço foi pensado não só para o cliente particular, mas para o cliente empresarial e para os actuais operadores no mercado”, acrescentou.
Uma outra componente, que considera “muito importante”, tem a ver com a entrega de cargas não postais.
“Nós sempre acreditamos nesse tipo de negócio. Se os Correios conseguem entregar um pequeno pacote postal, uma correspondência de forma cómoda e segura a um cliente onde quer que ele esteja a nível nacional, porque também não entregar um bidão, um caixote ou outro tipo de volumes de encomendas num volume maior. Nós entendemos que é chegado o momento para os Correios darem esse salto, mas também numa lógica de parceria”, indicou.
Isidoro Gomes sublinhou que os Correios de Cabo Verde são das instituições mais antigas e mais sólidas de Cabo Verde, tendo registado positivos desde 2018.
Só no ano de 2021 os resultados líquidos registaram um acréscimo de 53 % em relação a 2020, passando de 53 mil contos em 2020 para 82 mil contos em 2021.
Para o responsável, “este feito” significa que a empresa está num “bom caminho”, ou seja, mesmo estando em momentos de crise conseguiu apresentar resultados positivos, “fruto da capacidade da empresa em adaptar-se ao contexto”, e de forma “permanente em diversificar o seu portfólio de oferta”.
Entretanto, salientou que é preciso adaptar-se e encontrar novos nichos de negócios para garantir a sustentabilidade contínua.
Inforpress