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Mundo das ComunicaçõesComo as telecomunicações dinamizam a sustentabilidade energética

Como as telecomunicações dinamizam a sustentabilidade energética

A conectividade e a digitalização são os grandes impulsionadores do desenvolvimento de operações e soluções de negócio mais sustentáveis numa multiplicidade de setores da economia. Estudos mostram um impacto significativo na redução das emissões de CO2.

As telecomunicações são um setor chave para o sucesso dos esforços de descarbonização da economia. A digitalização assente na conectividade permite construir soluções mais eficientes e sustentáveis, que evitam desperdício, requerem menos energia, aproveitam melhor as fontes de energia limpa e renovável, e produzem menos emissões poluidoras.

O relatório 2022 Mobile Industry Impact Report: Sustainable Development Goals, da Associação do Setor das Comunicações Móveis (GSMA), sobre o impacto da indústria nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, estimava que as tecnologias móveis e digitais vão possibilitar o cumprimento de 40% do compromisso de redução de emissões nos quatro setores mais poluentes: indústria, energia, transportes e construção. Estes setores são responsáveis por 80% das emissões poluentes.

O setor energético é um bom exemplo da forma como a transformação digital, assente na conectividade, pode impulsionar a sustentabilidade num contexto em que o consumo de eletricidade continua a aumentar. De acordo com um relatório recente da Ericsson “Connected Energy Utilities: The foundation for digital transformation”, as empresas do setor estão a desenvolver redes inteligentes capazes de gerir a imprevisibilidade associada a fontes de energia renovável e aos fluxos de energia gerados por micro e pequenos produtores. Estas redes transmitem e gerem enormes volumes de dados fornecidos por todo o tipo de equipamentos.
Neste contexto, a conectividade, o nível de automação, bem como a capacidade de gestão e manutenção remotas, são cruciais para aumentar a eficiência, reduzindo o desperdício e as emissões poluidoras.

Sustentabilidade com ROI

Mas não é apenas através do impacto no sistema energético que as comunicações se estão a tornar num elemento central do caminho para a sustentabilidade. O estudo “The European Double Up: A twin strategy that will strengthen competitiveness”, conduzido pela Accenture junto de 4.050 decisores numa grande variedade de indústrias, concluiu que as empresas que prosseguem, em simultâneo, objetivos de transformação digital e de sustentabilidade, aumentam fortemente as probabilidades de sucesso nos negócios.

As iniciativas associadas a estes objetivos procuram criar produtos, serviços e formas de operar mais sustentáveis, não só de um ponto de vista ambiental, como de um ponto de vista empresarial. O retorno do investimento é obtido através da redução dos custos com a energia, da maior eficiência das operações, e mesmo da inovação em produtos e serviços. Em todas estas dimensões, a maior e melhor conectividade surge como um elemento fundamental.

Telecomunicações a caminho da sustentabilidade

De acordo com o relatório da Accenture “Communications Service Providers’ Critical Role in the Race to Net Zero”, também os operadores de telecomunicações têm feito o seu caminho rumo à sustentabilidade, não só com múltiplas iniciativas de digitalização e de modernização da rede e das operações, mas também na prossecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável em áreas como a energia verde, conservação, reciclagem, cadeias de abastecimento, ética, educação e inclusão digital, entre outras. Ao mesmo tempo, e de acordo com a GSMA, o setor das telecomunicações continua a progredir na assunção de compromissos de sustentabilidade.

Em 2022, 82% dos operadores reportaram os impactos ambientais da atividade e 44% dos operadores assumiram o objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Neste contexto de aceleração digital, novas oportunidades estão a surgir na gestão inteligente de edifícios, redes, transportes e frotas de veículos elétricos, para dar alguns exemplos. No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, a área da energia está enquadrada na dimensão da transição climática e concentra 18% do montante global do Plano.

Neste contexto, estão previstos 610 milhões de euros em investimento em eficiência energética, uma área em que os operadores de telecomunicações estão a assumir um papel cada vez mais importante no caminho das empresas e da sociedade para a neutralidade carbónica, quer através do próprio exemplo das suas operações, quer através do impacto que as suas soluções têm nos clientes.

 

Jornal Negócios

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