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Angola Cables e EllaLink unem-se para reduzir latências entre América Latina e Europa Angola Cables detalha planos de novo data center na Praia do Futuro

Empresas colaboram para reduzir significativamente as latências para Peering, IP Trânsito e compartilhamento de conteúdo

Um acordo entre Angola Cables, multinacional provedora de serviços de rede e soluções digitais, e a EllaLink, multinacional de telecomunicações, une a capacidade de transmissão nos cabos submarinos Monet e EllaLink, criando uma redução significativa na latência para serviços de Peering e IP Trânsito do Brasil para a Europa.

A redução na latência na rota submarina chegará a até 51% de São Paulo para Lisboa e 60% de Fortaleza, melhorando as opções de conectividade de ponta a ponta para os principais mercados de troca de dados na Europa, de hubs como Londres e Amsterdão, para Frankfurt ou Madrid.

Com uma latência transatlântica de menos de 60ms, o cabo submarino EllaLink oferece conectividade de baixa latência, segura e de alta capacidade entre a América Latina e a Europa, conectando Sines, Lisboa, Madrid e Marselha, na Europa, com Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil.

O CEO da Angola Cables, Ângelo Gama, afirma que tais reduções de latência trazem benefícios consideráveis, quando se trata de compartilhamento de conteúdos, serviços em nuvem, serviços financeiros, jogos e entretenimento. Qualquer redução na latência tem impacto no rendimento efetivo das conexões, melhorando a entrega de conteúdos em tempo real, bem como o streaming de conteúdos digitais de alta-definição, que finalmente proporcionam uma melhor experiência ao cliente.

Gama acrescentou que estes desenvolvimentos irão aumentar as oportunidades para os clientes da Angola Cables, em particular, “oferecendo serviços de Peering e IP Trânsito para entregar e promover conteúdos para países de língua portuguesa e espanhola em cada lado do Atlântico – nas latências mais baixas disponíveis. Isso pode ajudar a aproximar os países da América Latina e alcançar um público internacional muito mais amplo, desde Miami, nos EUA – onde o cabo submarino Monet chega, até a América do Sul, com uma conexão direta através do cabo submarino EllaLink para hubs na Espanha, Portugal e outros destinos principais em toda a Europa e no Reino Unido” destaca.

Segundo Philippe Dumont, CEO da EllaLink, tanto a Angola Cables quanto a EllaLink fornecem uma diferenciação robusta para o tráfego internacional de dados em massa. “Nossa colaboração representará melhorias significativas nas latências nos mercados atendidos pela Angola Cables usando nossa rota exclusivamente diversificada que aproxima os continentes da Europa e da América Latina.

Data center Dynamics

 

Novo data center na Praia do Futuro

Com planejamento da construção de um novo data center na Praia do Futuro (Fortaleza) apesar da polêmica envolvendo a chegada de uma usina de dessalinização na região, a Angola Cables pretende investir entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões no projeto e atrair grandes empresas de Internet para o hub. Mas a previsão de grande consumo energético por conta da demanda por inteligência artificial é fator de atenção.

O detalhamento foi feito pelo CEO da operadora angolana, Ângelo Gama. Ele afirmou para jornalistas nesta terça-feira, 12, durante o evento “Capacity Latam”, que há expectativa de iniciar a construção do segundo data center na Praia do Futuro (o AngoNAP II) neste ano e tê-lo operacional no ano que vem.

Estamos investindo porque há demanda por colocation na região e ela vai aumentar. Nós enchemos o primeiro data center e naturalmente precisamos colocar um segundo. Temos clientes no roadmap que já vão quase garantir a viabilidade do investimento“, indicou Gama.

A decisão não foi prejudicada pelos planos da companhia estadual de saneamento do Ceará (a Cagece) de estabelecer uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em projeto que gera grande oposição das operadoras de telecom. Vale lembrar que o movimento da empresa chegou a ser classificado pela Cagece como prova que a obra poderia conviver com cabos submarinos e demais infraestruturas na Praia do Futuro.

Já para Gama, por se tratar de negócios diferentes, o impacto da usina sobre data centers seria diferente daquele temido nas estruturas de cabos submarinos. “[A usina] interfere na Praia do Futuro sim, mas data center é em teoria um negócio imobiliário“, afirmou Gama.

Espero que a usina não interfira na certificação [Tier 3] até porque o segmento dá muita rentabilidade e projeção para o estado do Ceará“, completou o executivo, ao ser questionado por TELETIME sobre possível impacto da obra de saneamento na classificação de confiabilidade do novo data center da Angola Cables.

De qualquer forma, Gama fez questão de frisar que o diálogo com autoridades competentes tem sido liderado por entidades setoriais das operadoras de telecom. “Elas estão cuidando do tema e vamos chegar a uma resolução que seja melhor para todo mundo e para o estado do Ceará“, afirmou o executivo.

Investimentos

A Angola Cables (que adotou a marca TelCables Brasil para o mercado nacional) também realizou um redimensionamento do investimento previsto para o novo data center. O movimento prevê um projeto “mais comedido” do que o originalmente planejado por conta de projeções de demanda energética, no bojo da demanda por processamento para cargas de inteligência artificial.

Assim, o resultado será um data center com implementação de capacidade de maneira faseada. Ele começará provavelmente com capacidade de 16 megawatts (MW), com expansão dependendo da disponibilidade energética e seus custos, além da demanda dos contratantes.

O que tínhamos previsto inicialmente está sendo revisto, porque estamos assistindo uma dinâmica muito grande em termos de consumo de energia, com mais GPUs [unidade de processamento de elementos gráficos] do que CPUs [unidades de processamento central]. Isso tem a ver com a inteligência artificial, onde tudo precisa ser processado em GPUs“, afirmou Gama. Normalmente, os custos de energia representam 70% em um projeto de data center, calcula.

Ainda segundo Gama, enquanto um rack de CPUs tradicional consome até 3,5 kilowatts (kW) de energia, racks mais modernos de GPUs podem demandar bem mais energia, chegando a 16-17 kW. “Temos consciência que vamos consumir muito mais energia e estamos a pensar em como deixar o menor impacto possível na natureza com o projeto. Já estamos conversando com parceiros para garantir que toda energia do data center seja verde“.

A preparação para IA tem a ver com a intenção da Angola Cables de atrair grandes empresas para a região de Fortaleza, na esteira dos novos investimentos. “Queremos atrair os grandes OTTs para fixar residência em Fortaleza, fazendo com que todos os investimentos tenham rentabilidade e tornando a cidade em um centro de negócios“.

Teletime

 

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