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UNITEL T+ faz aposta nas pessoas

Em novembro de 2012 a UNITEL Internacional adquiriu em Cabo Verde a T+, empresa de telefonia móvel até então detida por um consórcio franco-senegalês. Nessa altura, tinha 24 por cento da quota do mercado cabo-verdiano. Seis anos depois, o número quase duplicou, com os atuais 42 por cento de domínio do sector.

É impressão nossa ou o serviço da UNITEL T+ é mais barato em Cabo Verde do que Angola?
São realidades distintas. Angola é país extenso e com uma massa populacional maior, o que faz com que seja muito mais caro fazer chegar a rede a todo o país. Cabo Verde é um país com uma infraestrutura mais consolidada. Objetivamente falando, o Governo de Cabo Verde tem procurado, com sucesso, criar uma dinâmica de desenvolvimento que permite ao país ter uma infraestrutura mais consolidada, melhor abrangência energética, estradas desenvolvidas e muito mais. Assim, é relativamente fácil fazer chegar a rede móvel às localidades, apesar da existência de alguns constrangimentos.

Quer dizer que a realidade condiciona e determina a política de preços? Quais são as diferenças entre a matriz e a UNITEL T+?
Entramos no mercado assentes em princípios de não discriminação, orientação para os custos e razoabilidade dos capitais próprios compatível com os padrões internacionalmente aceites que determinam a política de preços. Se os custos são mais altos, naturalmente os preços também. A UNITEL tem, normalmente, este princípio como estratégia e em Cabo Verde não é diferente. Portanto, os preços são orientados pelos princípios dos custos e a operacionalidade.

Qual é a estrutura societária da empresa?
É uma empresa de direito cabo-verdiano em que a sua estrutura acionista pertence à UNITEL Internacional.

Como contextualiza a inserção da UNITEL T+ no mercado local?
A UNITEL entrou em Cabo Verde tendo presente o compromisso do Estado de apostar na liberalização real e efetiva do mercado de telecomunicações no país.  Tendo por base o modelo assente no acesso não discriminatório, transparente e orientado aos custos. Com a entrada da UNITEL T+ no mercado cabo-verdiano, verificou-se uma evolução muito relevante nos principais indicadores do mercado, como a penetração do serviço de voz e Internet. Cabo Verde está na linha da frente no seio da lusofonia, excetuando o Brasil e Portugal. Comparado com os países africanos, em termos de indicadores de taxa de internet. Está acima de 73 por cento enquanto a média africana de acesso não passa dos 29 por cento. Quer dizer que, em cada dez cabo-verdianos mais de sete já usam e dominam as novas tecnologias. Aquilo que está a acontecer no país e, se calhar no mundo, é muito acompanhado pelo nosso consumidor. Cabo Verde consegue acompanhar rapidamente as novas tendências de forma muito atenta e agressiva.
Este é o ADN da UNITEL e que foi, desde o primeiro momento, a marca distintiva da atuação da UNITEL T+ no mercado cabo-verdiano. Entrámos cientes de que o investimento que fizermos no desenvolvimento do país será recuperado a médio e longo prazo, por via do efeito multiplicador de riqueza que o sector das telecomunicações tem nas economias modernas. A maturidade do mercado cabo-verdiano ajuda bastante. Abro um parêntesis para salientar, a título de exemplo, que Cabo Verde tem uma democracia muito consolidada e legislação de autarquias há alguns anos, enquanto em Angola só hoje falamos da gestão independente das Administrações Municipais. Angola pode tirar proveito da experiência de Cabo Verde, temos aqui uma mais-valia para o intercâmbio de “know how”, de formação de quadros e principalmente em matéria de cooperação económica, nomeadamente da proteção dos investimentos, e na promoção de novos que possam surgir nos próximos tempos nos ramos do turismo, transportes e no sector energético. Aliás, muito recentemente o Governo publicou uma listagem de empresas públicas passíveis de serem privatizadas em 2018.

Qual é o volume de negócios da empresa e a abrangência em Cabo Verde?
A UNITEL T+ já está há dez anos no mercado local. A empresa detém 42 por cento do mercado do país, que só tem duas operadoras de telefonia móvel, designadamente a UNITEL T+ e a CVMóvel que pertence ao grupo CVTelecom, que é constituída por três empresas: CVTelecom, CVMultimedia e CVMóvel. A nossa empresa entrou no mercado em 2012 quando a UNITEL Internacional comprou a T+, que pertencia a um consórcio franco-senegalês. No momento da aquisição a T+ detinha 24 por cento de quota do mercado. Desde então, fruto da estratégia empresarial e em conformidade com a matriz, a empresa tem crescido e trazido valores para a sociedade cabo-verdiana nestes últimos cinco anos, com uma aposta forte nos segmentos de serviço móvel e Internet, além de estarmos a fazer um investimento grande na nossa rede. Portanto, era importante fazer chegar o sinal a todas as ilhas, de Santo Antão à Brava.

Por ser um país insular, o normal funcionamento dos serviços de comunicações electrónicas depende directamente da robustez e fiabilidade da rede de fibra inter-ilhas que liga as dez ilhas do arquipélago num anel de fibra, contribuindo, assim, para coesão territorial, na qual existem constrangimentos próprios desta condição territorial.

Naturalmente, encontramos em todas elas desafios que se colocam às operadoras para poder aceder a estas ligações e ligar os cabo-verdianos, porque o nosso negócio exige-nos chegar a todas as pessoas, famílias e empresas. A empresa tem gerado empregos diretos e indiretos e contribuído, também, para o aprimoramento da formação de quadros cabo-verdianos na área das telecomunicações e afins. Respondendo concretamente à   pergunta, digo que o negócio das telecomunicações tem uma contribuição para o PIB de 5 por cento, na qual a UNITEL T+ gera uma quota acima dos 30 por cento.

Pode precisar a percentagem de trabalhadores cabo-verdianos?
Temos 98 por cento de trabalhadores cabo-verdianos, com igual taxa de quadros jovens. A taxa média de idade é de 29 anos. O nosso funcionário mais velho, o nosso “cota”, é o senhor Évora. Em termos de paridade de género temos um equilíbrio. E 42 por cento dos cargos de chefia são ocupados por mulheres em diferentes áreas. Este é um sinal claro da força das mulheres cabo-verdianas que, naturalmente, têm permitido que a UNITEL T+ contribua para o país cumprir com um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que é alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres. Também nisso, posso dizer, estamos na linha da frente, pois a UNITEL T+ deu um contributo muito grande a Cabo Verde na democratização dos serviços, quer de telefonia móvel, quer de Internet, também trouxe um valor acrescentado na área da inovação, tem feito um investimento grande em projetos de responsabilidade social e um investimento nas nossas pessoas. Hoje a nossa operadora já é a líder de mercado no segmento da Internet. A realidade resulta da estratégia que visou estar em todo lado, ter um nível de qualidade muito acima da média e ser uma marca de inclusão e reconhecida por todos os cabo-verdianos que hoje vêm os frutos deste investimento.

Quantos angolanos trabalham aqui?
Somos três. Eu director-geral, a directora de Marketing e a subdirectora de Serviços Gerais. Ainda contamos com um subdirector de Plataformas e Serviços, que é de Madagáscar, e um senegalês, que é técnico de Rádio. Os restantes membros da equipa são cabo-verdianos. Somos uma empresa multicultural.

Em quantas das nove ilhas de Cabo Verde a operadora presta serviços?
Estamos presentes nas nove ilhas habitadas e em todas existe presença direta da UNITEL T+, que conta com 23 lojas a nível nacional e mais de 3200 agentes que comercializam os nossos produtos e serviços. Somos a empresa com a maior rede comercial do país.

Está a dizer que a operadora é líder em prestação de serviços da Internet no arquipélago?
Somos líderes, segundo os últimos dados publicados pelo regulador, ANAC. Sempre procuramos chegar primeiro a todas as ilhas e oferecer serviços móveis em primeira mão, possibilitando às pessoas poderem falar ao telemóvel e conectarem-se à Internet. Esta liderança também é fruto da nossa aposta, desde sempre, na inovação e na preocupação em oferecer ao mercado produtos e serviços acessíveis a todos e percetíveis aos clientes como os melhores e que vão ao encontro das reais expectativas. Além disso, contamos com uma grande dinâmica comercial e técnicos altamente qualificados. Daí advém o nosso sucesso.

Existe algum segredo para o êxito da estratégia empresarial em Cabo Verde?
O maior segredo da UNITEL T+, são as pessoas porque desde o primeiro momento achamos que as empresas são feitas por pessoas e se não cuidarmos dos nossos colaboradores corremos o risco de sermos malsucedidos. Acho que não há uma fórmula mágica para isso. A empresa dá às pessoas a possibilidade de crescer e de desenvolver melhor as suas competências. Tivemos uma preocupação muito grande em Angola e aqui é igual, em termos de recursos humanos. Estamos entre as empresas que mais investe em formação, desenvolvimento e capacitação.
A UNITEL tem a capacidade de realizar os nossos sonhos. Esta empresa faz parte da minha vida profissional. O que consegui alcançar é fruto do trabalho e do percurso que tive em Angola e posteriormente aqui. Essa é a visão das pessoas que aqui trabalham e, claramente, da acionista da empresa.

Onde a UNITEL estiver há uma aposta muito grande na formação e no crescimento dos seus quadros. A questão é não pensarmos o que a empresa pode fazer por nós, mas o que nós podemos fazer pela empresa. Foi esta a mensagem e a capacitação que temos vindo a dar aos colaboradores que faz com que a empresa tenha podido criar uma cultura inclusiva e afetiva que toca os consumidores. Esta energia, a paixão e humildade que passamos aos nossos clientes estão assentes em valores como compromisso, confiança, colaboração e a competência, permitindo a construção de uma cultura muito harmoniosa. Por outro lado, a nossa obsessão em diferenciar pela inovação, patrocinando iniciativas de pequenas e médias empresas nacionais, sejam do sector das ICT, ou relacionadas com outras aéreas de atividade como a cultura e música.

O que tem a dizer relativamente a interação entre gestores e colaboradores?
Primeiro, vêm as pessoas porque as empresas são feitas de pessoas. É importante estar com elas, sentir o que pensam e como agem e isto faz com que a UNITEL esteja próxima dos acontecimentos. Por promover esta cultura de proximidade, tem-se procurado criar oportunidades, em que partilha, discussões, trocas de experiências estejam sempre presentes e façam parte do nosso dia-a-dia. Além da convivência laboral diária entre nós, aproveitamos momentos e datas importantes para estarmos mais juntos. Por exemplo, no dia 1 de maio fizemos atividades em todas as ilhas e cada membro da minha equipa de gestão esteve com as equipas pelo país, fizemos caminhadas, picnics e convívios.

Ainda existe um movimento muito forte para o engajamento dos colaboradores nas causas sociais, este estímulo interno faz-se sentir cada vez mais, tanto que temos um grupo desportivo chamado GDU – Grupo Desportivo Unitel, formado pelos nossos colaboradores e sempre que há um evento desportivo este tem de ter a vertente de responsabilidade social. Por exemplo, quando fazemos minicampeonatos em que contamos com a participação de várias empresas solicitamos a contribuição de todas em géneros alimentícios não perecíveis e montamos cestas básicas para oferecer à população de alguma pequena comunidade. Desenvolvemos ações internas de angariação de donativos para ajudar comunidades, crianças e idosos. Quando inauguramos uma loja, fazemos sempre alguma ação social, oferecendo um cheque-brinde como contribuição para uma determinada instituição. A vertente social que temos tende a enquadrar-se no nosso negócio, porque só conseguimos gerar valor se também conseguimos trazer valor para a sociedade, em particular para as comunidades mais vulneráveis.

Em que pilares assenta a materialização da responsabilidade social que parece ser um dos eixos de atuação da UNITEL?
Tocou no nosso ADN, tocou no nosso coração, naquilo que nos move. O grupo UNITEL tem uma preocupação acentuada com a responsabilidade social desde o início da implantação aqui no arquipélago. Em 2014 criamos um programa chamado Cruz Laranja, “A Nossa Forma de Ajudar”, cujo objetivo consiste, única e exclusivamente, em ajudar quem mais precisa. No âmbito deste programa, ao longo destes cinco anos, desenvolvemos várias acções nas vertentes da educação, saúde, cultura e ambiente.
Apoiamos projetos como o transporte escolar, refeições quentes nas escolas, promovemos a saúde oral nas escolas, concedemos bolsas de estudo a estudantes universitários mais carentes, material escolar a crianças necessitadas, juntamo-nos à luta contra a violência baseada no género, recuperamos escolas degradadas, apoiamos entidades, como as Aldeias SOS, que se dedicam a ajudar crianças em situações de risco. Também temos contribuído para a preservação do ambiente, em que uma das causas que temos apoiado é a preservação da tartaruga. A lista é grande de apoios a entidades, associações, pessoas que a UNITEL T+ tem feito questão de estar perto para que juntos possamos contribuir para trazer um sorriso aos que precisam e, ainda, tentar ajudar o Governo a diminuir a exclusão social através da tecnologia.

Ao proporcionar maior acessibilidade aos serviços e às oportunidades socioeconómicas no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Sociedade de Informação, promovido pelo Governo de Cabo Verde, a UNITEL T+ contribuiu para o crescimento da economia digital no país, promovendo o desenvolvimento sustentado e a redução da pobreza e das desigualdades. Fizemos muitos investimentos relativamente à Sociedade de Informação, em que financiamos o programa MunduNovu, oferecendo smartphones e computadores a professores e alunos, equipamos salas multimédia em  todo o país, colaboramos com a Telemedicina, oferecendo computadores e conectividade, facultamos ao mercado a possibilidade de aquisição de smartphones, tablets e pens de Internet a um preço bastante reduzido, subsidiamos estes equipamentos, tudo isso para que houvesse maior acesso e conectividade para todos. O nosso empenho para esta causa é tão grande que já executamos 75 por cento do plano da Sociedade de Informação e antecipamos o que deveria ser concluído em 2026.

Pode ser mais específico em relação ao contributo para promoção da música?
A UNITEL T+ tem contribuído para a promoção artística ao promover a internacionalização da música cabo-verdiana e de muitos artistas. Destaco o patrocínio aos CVMA – Cabo Verde MusicAwards, um dos maiores eventos culturais e de promoção da música e dos artistas cabo-verdianos realizado no país com repercussão fora dele. Temos vindo ainda a patrocinar os principais festivais do país, trazendo a música nacional e internacional para junto da população, principalmente dos jovens.

Acabamos de lançar a AppMuska, que é o primeiro aplicativo de música existente em Cabo Verde, 100 por cento desenvolvida por profissionais deste país, e temos feito um trabalho para que a música cabo-verdiana e os músicos sintam que este é mais um canal de promoção do belíssimo trabalho musical que têm vindo a fazer ao longo dos anos. O cabo-verdiano respira música no dia-a-dia, pelo que faz todo sentido para nós ter uma plataforma dedicada à música.

No nosso negócio previmos as ações acima apontadas e muitas outras que têm sido levadas a cabo e nos trazem maior notoriedade e ligação à marca. Hoje, o consumidor gosta mais da UNITEL T+. Ao ter Internet, os nossos clientes vão desejar que seja mais rápida, depois vão querer assistir vídeos e filmes. Quer dizer que o consumidor está sempre a evoluir. Há muitos cabo-verdianos que estudaram fora e conhecem outras realidades. Isso torna o mercado mais exigente, atento e competitivo.

Esses consumidores ajudam a compor um perfil de consumo de exigência…

Jovens que estudaram nos Estados Unidos, Brasil, Portugal, Holanda e em outros países nos diversos ramos do saber regressam à terra natal e encontram na UNITEL T+ a oportunidade de conseguirem o seu primeiro emprego. Temos um programa de estágio destinado a jovens recém-formados ou em formação que lhes permite aprender e contribuir numa empresa grande, que muito tem para oferecer como know how e experiência por forma a ajudá-los a ganhar competências para mais facilmente ingressarem no mercado de trabalho ou até mesmo serem recrutados pela UNITEL T+, como tem vindo a acontecer com frequência, pois estamos atentos à descoberta de talentos.

Entre os projetos de monta para o futuro quais são os merecedores de maior destaque?
Temos inúmeros projetos. Estamos a preparar o lançamento de novos serviços e a diversificar o portfólio indo ao encontro das necessidades das famílias. Destaco um que vai culminar com o lançamento, muito brevemente, das Ilhas Digitais, uma vez que temos aqui dispersão territorial. Ainda há algumas assimetrias regionais já que o poder de compra que o cidadão da Ilha do Sal tem não é o mesmo que o do cidadão da Brava ou São Nicolau. A UNITEL T+ tem um projeto que os pode ligar através das tecnologias, criando assim o conceito de SmartIslands, que tem por objetivo tornar as ilhas mais inteligentes, mais inclusivas e mais conectadas.

O primeiro passo já foi dado, permitir que o acesso e a conectividade estejam disponíveis para todos.

O segundo foi termos conseguido criar valor económico com isto, para o desenvolvimento do país. Conseguimos criar dentro da ilha digital uma economia muito mais produtiva. Acho que esse grande projeto no qual estamos a trabalhar vai permitir a todos e, principalmente, ao Governo e aos agentes económicos, uma inclusão digital muito maior. Estamos muito comprometidos com a implementação deste projeto em Cabo Verde, que vai culminar com o lançamento da quarta geração de tecnologia.

Que relação existe entre a UNITEL T+ a CVTelecom?

A relação é boa. Eu costumo dizer que a relação existente entre as empresas que controlam o mesmo mercado tem que ser de parceria. Tem que ser uma relação de colaboração, porque os desafios que enfrentamos no sector das telecomunicações transcendem interesses comerciais de uma ou de outra empresa. A estrutura do mercado não sofreu alterações significativas nos últimos anos: o Grupo CVT, o operador histórico com participação do Estado, detém operações em todos os segmentos de mercado – televisão, dados, internet e móvel – e é a entidade concessionária das infraestruturas básicas e essenciais, cuja replicação não é e nunca será economicamente viável. Essas infraestruturas incluem a rede terrestre (condutas, postes, rede de cobre e de fibra), as ligações que ligam todas as ilhas por fibra e as estações de cabos submarinos, que asseguram o acesso à capacidade internacional.

No entanto, nos últimos anos verifica-se uma crescente integração horizontal das empresas do Grupo CVT. Esta integração horizontal está a acelerar o processo de convergência no mercado de Cabo Verde, sendo de esperar uma crescente presença no mercado por um vasto leque de ofertas em pacote todos eles do Grupo CVT.

Porém, neste movimento, o Grupo CVT tira partido de inoperância do regulador numa matéria estrutural no sector. Este incumprimento é particularmente grave por não estarem reunidas condições para a UNITEL T+ ou qualquer outro potencial concorrente disponibilizarem ofertas com estas características, situação que terá sido ponderada pelo legislador ao introduzir limitações desta natureza na redação da Lei de Base 7/2005 (lei que regula o sector das telecomunicações em Cabo Verde), situação esta em risco de ser alterada com a introdução de um novo decreto legislativo.

Contudo, a UNITEL confia que o Governo de Cabo Verde está bastante atento, mesmo sendo um dos principais acionistas da CVT e tem dado sinais muito positivos em matéria do sector, e se manterá fiel aos princípios da economia de mercado e aos acordos internacionais, onde a garantia de condições para uma concorrência leal e equilibrada se assume como um pilar fundamental.

PERFIL
Inoweze Dias Ferreira é um dos administradores executivos da UNITEL T+, cujo Conselho de Administração é presidido pelo cabo-verdiano Marco Bento. Embora sejam quase todos de nacionalidade angolana, Inoweze Dias Ferreira é o único residente em Cabo Verde, onde se sente bem acolhido e integrado. Com 38 anos, natural de Luanda, 12 de experiência em telecomunicações, é formado em relações internacionais e ciências políticas, tendo um MBA pela Escola de Negócios (London Business School), onde alicerçou competências para alimentar o que chama “bichinho na gestão”.

Em novembro do ano passado assumiu o desafio de consolidar a marca no arquipélago, aumentar os ganhos que transcendem os lucros monetários da empresa, cuja “fórmula de sucesso” é o empenho da equipa integrada por 238 colaboradores diretos, dos quais 98 por cento são cabo-verdianos, com a taxa média de idade estimada em 29 anos. A paridade do género é assinalável, havendo, de forma evidente, um equilíbrio de 50 por cento homens e 50 por cento outro tanto mulheres.

Jornal de Angola

 

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