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Espaço LusofoniaSerão as oportunidades do mercado tecnológico acessíveis em qualquer lugar do mundo?

Serão as oportunidades do mercado tecnológico acessíveis em qualquer lugar do mundo?

O português tem mais de 317 milhões de falantes nativos e é o quinto idioma mais usado no planeta. É falado em Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Em entrevista ao Fala África VOA, Jederson Almeida, líder do departamento de tecnologia da Juventude Unida dos Países de Língua Portuguesa (JUPLP), explicou o projeto Lusofonia Conectada.

A ideia é reproduzir o experimento que foi feito nos Estados Unidos na década de 60 por um psicólogo chamado Stanley Milgram.” O estudo buscava saber quão conectadas as pessoas estavam naquela época levando em conta os graus de separação. Almeida explicou que no estudo de Milgram a resposta foi seis graus de separação.

Almeida explicou que conheceu a produtora e apresentadora do Fala África VOA, Dani Stescki, por meio de uma pessoa: “Então quer dizer que nós estamos a dois graus de separação. Quer dizer eu precisei de uma outra pessoa para ter contato com você”.

Outro exemplo que o líder do departamento de tecnologia da JUPLP usou foi o do piloto inglês da Fórmula 1, Lewis Hamilton, de quem Almeida é fã. “Eu conheço uma pessoa que já esteve com a Michelle Obama. Michelle Obama já esteve com o Lewis Hamilton em algum momento. Então ele está grau três de separação em relação a mim. E é assim que a gente mede os graus de separação. E é assim que a gente entende como as redes sociais se comportam.”

A motivação do projeto, que vai revelar quão conectadas as pessoas no mundo lusófono estão na era digital surgiu de uma cadeira de análise de redes sociais que Almeida está a fazer para a pós-graduação.

A gente está falando como as redes sociais conectam. E quando a gente fala de redes sociais as pessoas tendem a entender o conceito de redes sociais, como Facebook, WhatsApp, Instagram. Na verdade, não é isso. Redes sociais é como a sociedade está conectada mesmo, em muitas bolhas. E isso é ruim para a sociedade. As bolhas impedem que as informações migrem entre vários locais”.

Almeida disse que a ideia principal da JUPLP é o intercâmbio cultural, a troca de experiências e projetos, por toda a lusofonia. “Para isso é muito importante que a gente saiba o quão conectado estamos. Por exemplo, uma pessoa de Moçambique, em um caso isolado, quão distante ela está de uma pessoa de São Paulo. Uma pessoa de São Paulo, quão distante ela está de uma pessoa de Timor-Leste, e assim por diante. É muito importante que quebremos essas barreiras por meio do entendimento das conexões”.

Após a conclusão do projeto, Almeida espera poder criar uma mentoria profissional de tecnologia para as pessoas dos países que compõem a lusofonia.

“O mercado de tecnologia mundial ele está muito em alta. Grandes países, como Estados Unidos e Canadá, países europeus estão precisando de mão de obra qualificada no âmbito de tecnologia. E muitas pessoas se assustam com a tecnologia porque sabem que vem com uma carga grande de matemática, estatística, então as pessoas têm um pouco de receio disso.”

Almeida mencionou que o objetivo específico do projeto é poder mostrar para as pessoas que nós estamos bem conectados pelas redes sociais, o que torna possível a criação de oportunidades profissionais fora do nosso país de origem por meio de suas conexões. “Basta explorar as conexões. Uma pessoa de Moçambique pode conseguir uma oportunidade de emprego no Brasil ou fora da lusofonia explorando as conexões que ela tem hoje”.

Almeida enfatizou que a tecnologia deve ser usa para prover conexões, “e não para o meio de opressão como hoje a tecnologia está sendo usada em grandes países, como Brasil e Portugal”.

O projeto começa no final deste ano e a expectativa é de obter os resultados em Abril.

Jederson Almeida é engenheiro pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, Brasil, e pós-graduando em Ciência de Dados pela Universidade de São Paulo (USP). Atua como analista de dados sénior em uma multinacional do ramo de tecnologia e também é líder do departamento de tecnologia da JUPLP.

Voa África

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