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RTP Arena ultrapassa 12 milhões de visualizações em “ano positivo” de 2020

A RTP Arena, projeto da estação pública dedicado aos eSports e videojogos, teve este ano, na Internet, mais de 12 milhões de visualizações, confirmando um “ano positivo” que também contou com novos conteúdos.

Segundo a jornalista Sara Lima, este 2020 trouxe “uma ajudinha” da pandemia de covid-19, quando “todos ficaram em casa e a precisar de mais distração”.

Com um objetivo de 10 milhões de visualizações digitais, isto é, no ‘site’ e nas plataformas YouTube e Twitch, no final de outubro o projeto já tinha ultrapassado os 12 milhões.

Neste ano marcado pela situação pandémica, explica a jornalista à Lusa, foram criados “novos conteúdos” que trouxeram mais visualizações, e os números digitais não incluem a audiência do magazine semanal, atualmente transmitido de madrugada e à semana na RTP 1.

A plataforma arrancou em abril de 2016 e desde então tem-se encarregado da transmissão de provas nacionais e internacionais dos principais videojogos, de League of Legends a Counter-Strike: Global Offensive a FIFA, entre outros.

A reportagem de eventos presenciais e um magazine de notícias são outros tipos de conteúdos produzidos pelo projeto, que conta com Sara Lima, natural do Porto, como face visível do magazine semanal que passa na RTP1 e ‘online’.

A chegada da jornalista de 32 anos ao projeto aconteceu via produção na RTP, a que chegou depois de estagiar na SIC, passar pela RTP do Porto e pelo Porto Canal, antes de se mudar para Lisboa para trabalhar na estação pública de novo.

Em 2018, durante o Moche XL eSports, um dos maiores eventos de eSports no país, foi chamada para fazer reportagem. “Aquilo fascinou-me mesmo”, conta.

Antes de entrar no RTP Arena, não tinha contacto com os eSports, mas já tinha com os videojogos. Passei a minha infância a jogar”, revela à Lusa.

Ainda assim, para trabalhar nesta área “é preciso interessares-te e gostares muito”. “Com todas as pessoas com quem falo, se há algo em comum, é o gosto por isto”, aponta.

Já Marina ‘Pamufa’ Sousa, de Matosinhos, é apresentadora em eventos presenciais, ‘streamer’ há mais de cinco anos e uma das apresentadoras do programa de notícias “Gaming News”, na Sport TV, que “de momento está parado” após duas temporadas.

Neste momento, ainda é muito escassa a presença de eSports, e ‘gaming’ em geral, na televisão. Fizemos o programa para dar notícias sobre o que acontece. Sabíamos que acabva por ser um conteúdo que não é de fácil acesso. Os nossos pais, os nossos avós… olham para aquilo e não estão familiarizados”, lembra a jovem de 27 anos.

A presença do programa na TV incluía segmentos que procuravam aproximar a comunidade menos próxima do tema, ao explicar conceitos e termos próprios ou, por outro lado, a recordar “jogos mais antigos”.

Para pessoas que há muito não jogavam, tinham ali um momento de nostalgia. Trazia aquela veia ‘gaming’ que pessoas mais velhas pudessem voltar a ter o ‘bichinho’”, explica.

O programa “foi bem recebido” e Marina Sousa está convencida de que aquele modelo “é o futuro”, trazendo a pouco e pouco mais e mais conteúdos de eSports para a televisão, acompanhando os interesses das gerações mais novas, que já “enchem pavilhões” em eventos como a Moche XL Games World, a Games Week de Lisboa ou a Comic-Con Portugal.

A “ajudinha” da pandemia de covid-19 ao setor dos eSports pelo menos no campo digital e ‘online’, já que levou ao cancelamento dos eventos presenciais, fez-se sentir não só em canais como a RTP, mas também na transmissão de conteúdos noutros locais, da Sport TV à Eleven Sports.

A aposta na colocação de atletas ‘da vida real’ à frente das suas ‘versões’ digitais, do futebol à Fórmula 1 ou à transmissão de uma Volta a França virtual, entre outros exemplos, trouxeram o setor para um novo público que poderá agora demonstrar uma maior abertura a estes conteúdos.

Conselho Geral Independente da RTP já tem novo Presidente: José Vieira de Andrade

É um nome para assegurar a continuidade da filosofia: José Vieira de Andrade, que já fazia parte do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, desde setembro de 2017, é o novo Presidente do órgão de supervisão e fiscalização do serviço público de rádio e televisão. A eleição decorreu no passado dia 17 de novembro e Vieira de Andrade foi escolhido pelos restantes cinco membros do CGI, três deles também novos.

Para além de Vieira de Andrade, professor catedrático da área do Direito, mantiveram-se no CGI a professora catedrática Helena Sousa (cooptada em 2017) e o diplomata Francisco Seixas da Costa (indicado pelo primeiro Governo de António Costa). A eles juntaram-se no mês passado o ex-vice-presidente da ERC e antigo secretário de Estado da Comunicação Social de Guterres, Alberto Arons de Carvalho, a administradora da Fundação Champalimaud e antiga ministra da Saúde, Leonor Beleza, e a antiga jornalista da RTP e antiga deputada do PS e vereadora da Câmara do Porto, Manuela Melo.

Vieira de Andrade substitui António Feijó, que acumulou o cargo durante seis anos com a vice-reitoria da Universidade de Lisboa. Do CGI saem também Simonetta Luz Afonso e Diogo Lucena. Os três terminaram o mandato em setembro.

A curto prazo, o novo CGI tem que definir a forma como será escolhida a futura administração, uma vez que a equipa de Gonçalo Reis termina o mandato em janeiro, embora se mantenha em funções pelo menos até Março para fechar as contas deste ano. Poderá ser uma forma completamente diferente da nomeação, como o concurso público ou até através de recurso a empresa de headhunter.

Ao CGI cabe também a tarefa de desenhar as novas linhas de orientação estratégicas para o triénio 2021-2023, de forma a que, com base nelas, a equipa que suceder à de Gonçalo Reis possa definir um plano estratégico que dê corpo às orientações do órgão de supervisão. Mas essa tarefa pode desta vez demorar um pouco mais, uma vez que o Governo está a rever o contrato de concessão da RTP, o que deverá implicar algumas mudanças, incluindo a criação de um novo canal na TDT dedicado ao Conhecimento.

Entre os três novos membros, Leonor Beleza foi escolhida pelo Conselho de Opinião num processo que causou algum desconforto no seio daquele órgão, uma vez que a presidente da Champalimaud entrou na corrida para a eleição quase no fim, quando já tinha sido analisado e aprovado o currículo do jornalista António Borga. Mas a social-democrata acabou por ganhar por quatro votos (teve 18 e António Borga 14), apesar das críticas sobre a sua falta de experiência na área de media. Já Arons de Carvalho foi nomeado pelo Governo de António Costa.

Depois, os cinco membros do CGI cooptaram Manuela Melo, um dos rostos carismáticos da RTP Porto dos anos 80. Pertenceu aos quadros da RTP entre 1973 e 2002, mas suspendeu funções para assumir o cargo de vereadora com o pelouro da Cultura e Turismo (de 1990 a 2002) na Câmara do Porto, primeiro com o socialista Fernando Gomes, e mais tarde também em acumulação o de vice-presidente (entre 1999 e 2002) da autarquia, já no mandato do socialista Nuno Cardoso.

Com a nova configuração, o CGI tem metade dos membros com ligações aos media, a investigadora Helena Sousa, que se mantém, o ex-vice-presidente da ERC, Arons de Carvalho, e a antiga jornalista da RTP Manuela Melo.

Dezembro 2020

Observador/ Público

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