Anualmente, a Pracinha da Escola Grande, no Plateau, acolhe várias atividades para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala a 10 de junho.
A Porfesta mudou de nome e agora chama-se Festalusa. De regresso à Pracinha da Escola Grande, na Cidade da Praia, o evento arrancou nesta sexta-feira, 09, e prossegue neste sábado, 10, numa viagem pela lusofonia com sonoridades e gastronomia variadas.
O Balai esteve na abertura do evento e conversou com alguns dos expositores portugueses e cabo-verdianos presentes com os seus produtos nas Tasquinhas.
“É uma festa que traz aqui a comunidade portuguesa e que se junta à comunidade cabo-verdiana então é um conjunto de cultura”, começa por dizer o luso-cabo-verdiano Pedro Serradas representante da empresa Salss que representa a Super Bock. “Há 13 anos que somos parceiros oficiais da Porfesta.”
Pedro Serradas é filho de mãe cabo-verdiana, mas reside no país há apenas dois anos, sendo que a sua família sempre teve negócios no país. “Estamos presentes no país há muitas gerações, antes estávamos em São Vicente, mais tarde vendemos algumas essências de importação e ficamos só com as bebidas. Estamos cá há muito tempo, a experiência é única”, diz e revela que apesar da pandemia da covid-19, 2022 foi o ano que mais faturaram no país.
A portuguesa Carmen Furtado, responsável da Livraria Nhô Eugénio, vive há 18 anos em Cabo Verde e nunca perdeu uma edição da PorFesta.
“Desde que a Festalusa existe a Nhô Eugénio está cá sempre. (…) A livraria já tem 16 anos de existência. Vim para Cabo Verde para abrir a Agência Cabo-verdiana de Imagens (ACI) e dois anos depois abri a Nhô Eugénio porque não existia um espaço onde se visse livros, onde a cultura existisse. Estou muito orgulhosa por isso porque hoje é um espaço de referência onde muitos cabo-verdianos e estrangeiros se juntam diariamente para tertúlias, conversas, (…). E eu não podia deixar de vir à Festalusa representar o cantinho português de leitura que tenho em Cabo Verde.”
Carmem Furtado fez a questão de levar o Galo de Barcelos, um dos símbolos de Portugal, ao Plateau e disse que celebrar o Dia de Portugal em Cabo Verde “é mais intenso porque é sem dúvida a mistura de dois povos que falam a mesma língua” e que o dia 10 de junho também tem um significado para os cabo-verdianos. “Portanto, estou muito tranquila com o dia comemorado em Cabo Verde, até porque provavelmente lá (Portugal) não comemoraria com uma tasquinha e não viveria tão intensamente este dia como vou viver aqui. Portanto, viva Cabo Verde.”
A empresa Montanhês está em Cabo Verde há 12 anos e há vários anos marca presença na Festalusa. “O evento serve para a divulgação das marcas portuguesas essencialmente, de dar a conhecer os produtos portugueses e também de convívio da nossa cultura portuguesa em Cabo Verde. Aqui não é feriado, mas dá gosto porque é um dia para celebrar que não nos deixa esquecer que somos portugueses”, diz Pedro Pires que salienta que a empresa está a recuperar pouco a pouco após a pandemia. “Logicamente, as situações que ocorrem na Europa não ajudam, mas temos esperança que vá tudo andar para a frente.”
João Monteiro reside há quatro anos em Cabo Verde e é a primeira vez que marca presença na Festalusa como representante da LactoPaiva Cabo Verde, uma empresa de produtos charcutaria, queijos, enchidos, vinhos, gelados e produtos para padaria e pastelaria que está no país desde 2012.
“É um marco importante, é uma maneira de todos os portugueses estarem juntos e poderem mostrar aquilo que somos capazes. Eu vivo em Cabo Verde há 4 anos e sinto-me em casa. (risos) Já é difícil voltar para Portugal e não querer voltar a Cabo Verde”, diz e revela que festejar o Dia de Portugal no arquipélago é uma experiência positiva. “Dá para sentir Portugal de outra maneira que não sentimos lá.”
Após vários anos a participar na Festalusa como cliente, o empresário cabo-verdiano Zeca Barros do grupo Kebra Cabana marca presença pela primeira vez como expositor. “Sempre tive interesse e vontade em participar neste evento. Conseguimos este ano e pretendemos continuar a participar. É especial não só para nós cabo-verdianos, mas para toda a comunidade lusófona. Acredito que é um momento de convívio e de confraternização. (…) Estou a gostar da experiência, está bem organizada e o preço dos bilhetes é barato e ainda com direito a um drink. É espetacular”, diz o empresário que após a pandemia teve que encontrar outras alternativas para driblar a crise. “Temos focado no catering e eventos.”
Além de pratos portugueses como a francesinha e o bacalhau, na tasquinha do Kebra Cabana é possível saborear outras iguarias. “A nossa especialidade mesmo é chorrillana, que é um prato típico da gastronomia chilena, é o nosso melhor produto, e trazemos vários tipos de grelhados, batata frita, hambúrguer e shawarma.”
A empresa Pão Quente também está presente na Festalusa com os seus bolos, salgados e com muitos rebuçados para animar as crianças, bem como todos os visitantes.
O primeiro dia da Festalusa contou com o concerto da fadista portuguesa Cuca Roseta, animação de DJ e com performance do grupo Raiz di Polon. O evento encerra neste sábado com gastronomia e música. O preço dos bilhetes é de 400 escudos para dois dias.
Balai CV