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Mundo das ComunicaçõesEmpresas de telecomunicações e ‘utilities’ são mais resilientes à crise, diz Fitch

Empresas de telecomunicações e ‘utilities’ são mais resilientes à crise, diz Fitch

A Fitch considera que a maioria (75%) das empresas da Península Ibérica opera em setores de médio e baixo risco, como utilities e telecomunicações, para as quais a crise não terá um impacto tão negativo. A agência de notação financeira norte-americana antecipa uma recuperação lenta e constante para os bens industriais, com uma recuperação dos níveis de receita e EBITDA de 2019 até ao próximo ano.

Não esperamos um impacto material nas receitas de 2020 para as operadoras de telecomunicações e utilities. A recuperação também varia de acordo com a região. É provável que haja riscos incrementais para as empresas com exposição à América Latina, pois a região ainda está em fase de alto contágio e enfrenta um lento processo de reabertura e uma profunda contração económica”, explicam os analistas.
A Fitch, que reviu 29 ratings de empresas ibéricas públicas e privadas desde o início de março, resultando em 20 classificações mais baixas, antecipa que, nos próximos meses, haverá mais descidas de rating mas a um ritmo mais lento.
O impacto final da pandemia nas duas economias [Portugal e Espanha] permanece altamente incerto e dependerá da disseminação, virulência e duração do surto. Assumimos um caminho de recuperação lento, apesar das recentes medidas de estímulo fiscal e monetário, dado o aumento do desemprego, a redução de gastos dos consumidores e o novo nível de expansão do capex das empresas”, explicam os técnicos da Fitch, num relatório para os investidores.
Para a Fitch, como Portugal tem menos casos de infeção pelo novo coronavírus e as restrições à circulação e comércio foram menores do que em Espanha, a contração do PIB (Produto Interno Bruto) também será inferior: de 6,6% em 2020, menos do que os 9,6% previstos para o país vizinho. Tal como havia sido anunciado anteriormente, a agência, que reviu o outlook de Portugal em baixa em abril, prevê uma recuperação de 3,7% em 2021 e que, no final do próximo ano, o PIB português ainda se encontre 3,1% abaixo do registado no quarto trimestre de 2019.
É o caso da portuguesa NOS, para a qual a Fitch não espera uma decisão negativa de rating. A ‘telecom’ liderada por Miguel Oliveira, neste momento classificada em ‘BBB’ com perspetiva “estável”. Porquê? O desempenho dos principais negócios de telecomunicações (que constituem 93% da receita total) amparam os de cinema, sob pressão desde o confinamento. “A NOS tem ampla liquidez e capacidade de alavancagem confortável no seu atual nível de classificação. Esperamos maior liquidez e flexibilidade com a venda da NOS Towering [que faz a implantação, instalação e exploração das torres], apoiando os investimentos em operações e infraestruturas da empresa”, argumenta a Fitch.

Fonte: Jornal Económico
Foto por: Brett Sayles/ Pexels

Julho 2020

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