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Espaço LusofoniaCE-CPLP defende mobilidade e criação de fundo para a lusofonia

CE-CPLP defende mobilidade e criação de fundo para a lusofonia

A nova presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) diz que a mobilidade é a principal prioridade e defende a criação de um fundo de investimentos no espaço lusófono.

As principais prioridades são a agenda da comunidade dos países da CPLP; a função da CE-CPLP é ir buscar ferramentas para aquilo que nos solicitam; temos o tema da mobilidade, que os países assinaram os acordos, e essa mobilidade, na verdade, deve ser efetivada, porque está assinada em papel, mas temos de criar as condições para as ligações aéreas, marítimas e terrestres para os países que for possível“, disse a guineense Nelma Fernandes.

Em entrevista à Lusa no seguimento da votação por unanimidade para presidente da CE-CPLP, na segunda-feira, a primeira mulher a ocupar o cargo disse que outro dos grandes objetivos é ajudar as empresas a fazerem mais negócios no espaço lusófono, principalmente tendo em conta o abrandamento económico decorrente do impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Sobre o banco de desenvolvimento da CPLP, que foi uma das ideias defendidas pela anterior direção, Nelma Fernandes diz que a criação de um banco é da competência dos Estados, e contrapõe com a criação de um fundo específico para investimentos na CPLP.

Pode haver outras ferramentas financeiras, o banco é do interesse comum de todos, mas um banco de desenvolvimento tem de ser dos próprios países membros, num contexto em que a CE-CPLP vá buscar as ferramentas para complementar; um banco tem outro cariz e é matéria dos Estados-membros“, disse a primeira mulher presidente da CE-CPLP.

Há fundos disponíveis para todas as áreas, temos fundos alocados à agricultura, ao imobiliário, por exemplo, portanto temos de perceber o que podemos alocar para a comunidade de países de língua portuguesa e servir então os interesses dos países“, apontou.

Temos de alavancar as empresas, estamos ainda dentro de uma grande recessão económica, com a situação da covid-19 e a guerra, em que as empresas precisam de oxigénio, e a CE-CPLP vai buscar respostas e algum apoio a nível financeiro para que as empresas possam ter uma folga maior e conseguirem desenvolver a sua atividade“, disse Nelma Fernandes, que foi eleita por unanimidade na segunda-feira, depois de a votação da semana passada ter sido anulada, por alguns países não terem demonstrado que tinham as quotas em dia e estarem, portanto, impossibilitados de escolher o sucessor de Salimo Abdula.

A nossa agenda é comum, não é só minha, somos nove países e trabalhamos em conjunto, é fundamental olhar para as empresas, os nossos associados, e perceber as reais necessidades que têm para os podermos depois ajudar“, explicou.

Questionada sobre quais são os motivos que levam as empresas a olhar para a confederação, Nelma Fernandes respondeu: “Olham para nós à procura de alguns aspetos, como apoio logístico, a capacidade para se moverem dentro da comunidade, por exemplo na questão dos vistos e da livre circulação de mercadorias, na questão da dupla tributação, que devia ter outro olhar para se perceber se pode ser minimizada, e depois a criação do tribunal arbitral para mediar eventuais conflitos“.

RTP / LUSA

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