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Mundo das ComunicaçõesAfricell arranca em Luanda e chega a Benguela em junho e Angola vê o fim do “Duopólio”

Africell arranca em Luanda e chega a Benguela em junho e Angola vê o fim do “Duopólio”

O sector nacional das Telecomunicações recebeu mais um jogador, a Africell Global Holding, de origem libanesa com capitais norte-americanos e escritórios no Reino Unido tem já uma presença forte em África. Assim, a Africell torna-se a quarta operadora móvel do País, o que faz com que o mercado das telecomunicações seja mais competitivo e põe fim ao “duopólio” no sector comandado pelo “próximo mais próximo” (Unitel) e o “sempre consigo” (Movicel).

Em economia, o duopólio é entendido com uma falha de mercado em que apenas dois agentes produzem um determinado bem ou serviço, concentrando o mercado e em muitos casos praticando os preços que lhes é conveniente, por haver muita procura e pouca concorrência.

De acordo com os dados do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) até ao terceiro trimestre do ano passado a Unitel detinha 90% dos subscritores móveis e o restante ficou com a Movicel. Os dados da INACOM dizem ainda que o País atingiu até ao III trimestre de 2021, um total 7,2 milhões de subscritores de internet, entre empresas e particulares. Desde o início de 2021 até ao final do III trimestre, mais de 313 mil subscritores aderiram ao serviço de Internet, o que corresponde a um aumento de 4,3%.

Em termos de quotas de assinatura de internet por operador, a Unitel detém a maior quota do mercado com 87% dos subscritores, mais de 6,2 milhões, seguida da Movicel que detém 11% destes assinantes, enquanto a TV Cabo e a Zap repartem os restantes 2%. A estatal Angola Telecom não entra nestas contas, de acordo com os dados do INACOM.

Portanto, espera-se que com a entrada da nova operadora haja uma diminuição nos preços, isto é, que as tarifas sejam mais baixas, porque os preços das telecomunicações praticados atualmente no País são muito elevados, tanto na telefonia móvel como para internet. Seria bom que também, com mais operadoras, os serviços fossem descentralizados de Luanda para outras províncias que não possuem um número aceitável desse tipo de infraestruturas e serviços, tão importantes para a dinamização da economia. Aqui, chamar a atenção ao regulador que deverá ter um grande desafio para assegurar a concorrência na economia, na qualidade e não permitir que se crie assimetrias regionais.

Atualmente, o sucesso das telecomunicações não está simplesmente no aumento do número de redes de telefonia móvel e pelo número de pessoas com acesso à Internet, mas sim pela qualidade nas conexões, na partilha de conteúdos e informações com o mundo.

Mercado.ao

Chamadas na rede Africell são gratuitas e para outras redes custam 12 Kz. Serviço de dados têm atenção “especial”.

A quarta operadora móvel em Angola, a Africell, iniciou as suas operações em Luanda e espera chegar a outras províncias a partir de junho. Na fase de arranque, a nova operadora vai permitir que os seus clientes realizem chamadas gratuitas dentro da rede, por tempo indeterminado. As chamadas para outras redes vão custar 12 Kz.

Os “chips” com o número da nova operadora de telefonia móvel podem ser adquiridos ao preço de 200 Kz e dão direito ao plano “Kuyuyu” promocional, que permite as chamadas grátis.

Segundo o administrador executivo da Africell Angola, Gonçalo Farias, a empresa dá uma atenção “especial” aos serviços de dados móveis, devido à propensão pela utilização deste serviço pelos consumidores angolanos.

Durante a operação, nalgumas gamas de produtos, será possível verificar descontos até 50% dos dados“, referiu.

A comercialização de aparelhos não inteligentes e smartphones é outra aposta da operadora que justifica a decisão com a falta de telemóveis no mercado.

Gonçalo Farias disse que as equipas trabalham para a expansão da rede a Benguela e Lobito, onde as operações podem iniciar já em junho. A empresa também já está no terreno para levar o sinal à Huila e ao Huambo, onde a rede da Africell deverá chegar até ao final de 2022.

Também já existe alguma prospeção em Cabinda“, acrescenta.

No entanto, Gonçalo Farias fez saber que o ritmo e a velocidade do plano de expansão estão altamente dependentes da evolução das condições de partilha de infraestruturas com os outros operadores, de forma a otimizar os investimentos e diminuir os custos. Para já, Africell está a partilhar infraestruturas com diversas empresas públicas e privadas como a Epal, a Polícia Nacional, a ENSA, entre outras.

Estamos a partilhar alguma infraestrutura com a Movicel, mas nenhuma com a Unitel“, frisou Gonçalo Farias.

Expansão

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