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Espaço LusofoniaA lusofonia e as suas oportunidades

A lusofonia e as suas oportunidades

A CPLP – Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa assinalou ontem mais um aniversário. Completou 26 anos. Poucos deram por isso, uma vez mais e infelizmente. A data passou discreta por entre um calendário que já é de férias de verão ou de cacimbo. Mas a lusofonia não tira férias. Não comemorar esta data simbólica é não entender o valor que tem a comunidade, é desperdiçar mil oportunidades.

O dia 17 de julho de 1996 ficará para a história dos países membros da CPLP. Nesse longínquo ano, sonhava-se que poderia vir a tornar-se num importante instrumento prático de incremento da cooperação a todos os níveis -cultural, económico, social, científico e jurídico, bem como de alguma (ou da possível) concertação político-diplomática, em prol da promoção do desenvolvimento dos seus povos. Esta era a visão dos mais otimistas. Já os Velhos do Restelo, mais pessimistas, torciam o nariz e julgavam ser uma ocasião perdida ou até um nado-morto.

Será que lhe está reservado o triste destino de tantas outras alianças que, perdidas em quintinhas e burocracias, só existem na altura em que se reúnem responsáveis políticos para a fotografia da praxe? Passar da retórica conjuntural e sentimental à prática, é preciso!
A própria constituição da CPLP foi uma telenovela demorada. A história inicia-se em novembro de 1989, durante um encontro em São Luís do Maranhão, no Brasil, envolvendo os Chefes de Estado e de governo dos atuais estados-membros da CPLP. Por iniciativa de José Aparecido de Oliveira, na altura embaixador brasileiro em Portugal, a ideia foi exposta e foi bem acolhida. Mas entre 89 e 96 o assunto, apesar de aplaudido, foi sucessivamente empurrado e adiado.

Hoje o potencial da CPLP é imensurável, desde a área económica à cultural. Por isso, indiferentes é que não devemos ficar! E se é verdade que em português nos entendemos, também não é menos verdade que na mesma língua de Camões nos temos desentendido tantas vezes. Os desencontros têm acontecido na política, na economia – com barreiras alfandegárias e outros protecionistas -, na circulação de pessoas da comunidade, nos apoios à área da Saúde, no intercâmbio cultural e até na cooperação entre os media. Com muitas intenções anunciadas, mas poucas ações concretizadas, o potencial continua todo lá, à espera da coragem dos líderes.

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